Durante o primeiro ano de atuação da Rede de Turismo Ambiental em Comunidades Tradicionais, estaremos concentrando nossos esforços em algumas comunidades. As comunidades foram selecionadas de acordo com critérios objetivos e do prévio envolvimento com a equipe da rede. Em um primeiro momento serão as seguintes:
- Quilombo da Fazenda
- Aldeia Boa Vista
A ideia é que nos próximos anos a rede se amplie para muitas outras comunidades de Ubatuba e possivelmente para outras cidades da região.
Ubatuba
Ubatuba é uma cidade do Litoral Norte paulista com 84.377 habitantes (IBGE – 2013), que ocupa uma área de 723,829 km² de extensão sendo que 87,04% deste território é área de preservação da Mata Atlântica (47.500 ha – PESM), protegida por parques (Serra do Mar e Bocaina). A cidade tem boa parte de suas atividades econômicas voltadas ao turismo.
Localizada a mais de 200 quilômetros da capital, o município de Ubatuba faz divisa ao Norte com Paraty, ao Sul com Caraguatatuba e a Oeste, onde se eleva a Serra do Mar, com as cidades de Natividade da Serra, São Luiz do Paraitinga e Cunha. Ao Leste de Ubatuba se estende, imenso, o Oceano Atlântico que banha todos os tipos de praias e inúmeras ilhas e ilhotas por toda a orla.
A cidade é acolhedora e conta com uma boa rede de turismo para atender os turistas que vem do Brasil e do mundo, durante o ano todo. Nos meses de junho a agosto costuma fazer muito sol e chover pouco e no verão o clima é perfeito para ficar na praia até a noite.
Excelente para prática de esportes, dos quais o surfe tem destaque - muitas praias são palco de campeonatos nacionais e internacionais. Mas tem muito mais: o skimboard (conhecido como sonrisal), skate, especialmente praticado na pista de skate no centro da cidade, ciclismo, caminhadas, mergulho, frescobol, vela, windsurf, standup, canoagem e muito mais.
História de Ubatuba
Ocupada originalmente por indios tupinambás, Ubatuba foi fundada após a chegada dos portugueses á região de São Vicente. Os tupinambás foram escravizados para trabalhar nos engenhos de cana de açúcar. Essa condição era insustentável para estes índios guerreiros que preferiam morrer em combate a serem dominados, o que motivou a criação da conhecida Confederação dos Tamoios - aliança dos tupinambás, liderados por Cunhambebe, e os franceses que se encontravam na região da Guanabara, no Rio de Janeiro.
Essa incrível aliança levou os jesuítas portugueses, que se encontravam em São Vicente a firmar presença na aldeia tupinambá de Iperoig, onde o hoje se esparrama o centro do município de Ubatuba. Vieram para a missão o padre José de Anchieta e Manuel da Nóbrega tratar diretamente com o chefe Cunhambebe, que voltou a São Vicente com Manuel da Nóbrega enquanto deixaram José de Anchieta como refém, enquanto assinavam o documento conhecido como Paz de Iperoig.
Em 1637, a aldeia de Ipergoig foi elevada à condição de “Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba”, graças aos inevitáveis avanços de colonização dos portugueses. Os tupinambás da região foram adentrando cada vez mais as matas densas, principalmente pelo enfraquecimento de sua nação, que foi praticamente eliminada na guerra dos portugueses com os franceses, seus aliados, na baía de Guanabara.
Nos séculos seguintes, com a ascenção da produção da cana de açúcar nas capitanias de uma vasta àrea rural, Ubatuba teve um crescimento fenomenal por ser o principal porto de escoamento de toda a produção correspondênte à Capitania de São Vicente. Porém, em 1789, foi determinado que toda a exportação seria escoada no Porto de Santos, o que levou a cidade a uma decadência econômica progressiva no cenário histórico não sem antes, em 1855, ser elevada de categoria, de Vila à Comarca.
Isolada e enfraquecida pela concorrência de outras cidades portuárias, com redes de ferrrovias escoando diretamente a produção agrícola de exportação, o município de Ubatuba era habitado principalmente pelos caiçaras locais, descendentes das primeiras miscigenações do caldeirão brasileiro, um povo simples de práticas pesqueiras, que viviam em comunidades ao longo das praias e ilhas da ragião, vivendo praticamente de modo sustentável com a natureza e o Atlântico. A região ainda mantinha muitas fazendas e engenhos com mão-de-obra escrava, até a Abolição.
Esquecida do desenvolvimento brasileiro do início do século XX, o município só voltou a um cenário econômico relevante graças a construção, em 1933, de uma rodovia nas antigas trilhas de mulas que conectou a cidade com toda a região do Vale do Paraíba e a cidade de Taubaté.
Com isso, veio o surgimento de casas de veranaio e toda a mudança dos modos de vida locais, com muita especulação imobiliária, o que elevou o município ao título de estância balneária em 1948.
Nesse meio tempo, muitas transformaões ocorreram na cidade de Ubatuba, e hoje, mais do que nunca, a cidade se encontra pronta para a prosperidade, o turismo ambiental e o desenvolvimento do litoral norte entre outras transformações, ajudaram muito para iniciar um ciclo de crescimento local.
Mata Atlântica
A Mata Atlântica é um dos mais iimportantes e ricos biomas do planeta. A biodiversidade é o grande destaque, inúmeras espécies se entrelaçam em um solo pouco rico e formam uma mata exuberante.
A coexistência que ocorre entre árvores, cipós, líquens, musgos, água, bromélias, orquídeas e muitas outras espécies, sem contar a fauna, onde os pássaros se evidenciam enriquecendo o cenário que beira a orla marítima, dando um tom único a este trecho da mata atlântica, que é Ubatuba.
A Mata Atlântica abriga as mais diversas variedades de biomas e florestas: um conjunto de tipos variados de formações florestais como Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Ombrófila aberta, Estacional Decidual e Estacional Semidecidual integrada com ecossistemas associados como manguezais, restingas, brejos interioranos, campos de altitude, além das ilhas oceânicas. Hoje reduzida a apenas 7% de seu tamanho, a floresta atlântica que foi encontrada pelos primeiros portgueses abrangia uma continuidade de regiões que se estendiam do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, cobrindo uma àrea de 1.3 milhão de km².