- Posted By: thalita
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Foi realizada em 28 de junho a oficina de cartografia e mapas digitais, na comunidade Quilombo da Fazenda, no bairro da Picinguaba. A oficina foi ministrada por Felipe Fonseca e Jorge Miguez Cavalcante e faz parte do projeto Rede de Turismo Ambiental, encerrando o planejamento do 2º trimestre. Nesta oficina, os participantes puderam aprender de uma forma prática, lúdica e dinâmica, conceitos de cartografia experimental e mapas digitais.
O encontro para esta oficina foi marcado na sede da comunidade, local que também funciona como escola, onde definimos em conjunto o trajeto para a realização do exercício: a casa da farinha como ponto central e seus arredores e trilhas.
Introdução passada, demos início a caminhada da trajetória demarcada, comunidade adentro. Cada um dos participantes deveria olhar com atenção toda a trilha com o intuito de observar pontos comuns, de ordem prática e objetiva e pontos pessoais, intuitivos e subjetivos. Durante a caminhada, utilizamos de forma experimental um aplicativo de celular que marca referências por GPS, para posteriormente criar um mapa com as trilhas e referências indicadas pela comunidade.
Durante a caminhada pelo local, frisamos as observações da oficina anterior, onde cada participante deveria exercitar diferentes tipos de olhares, fugindo do olhar cotidiano do dia a dia de cada um, porém, sem perder as referências pessoais objetivas/subjetivas.
Como era de se esperar, caminhamos por paisagens maravilhosas, com toda a poesia exuberante da fauna e flora local, diversos tipos de aves nativas nos acompanharam no trajeto com direito a revoadas de saíras, bem-te-vis, tiês, dentre tantas das inúmeras expécies locais. Durante a caminhada, fez-se sempre presente os borburinhos do rio que margeia o engenho e as trilhas do trajeto. A comunidade demonstra bastante respeito e conhecimento das espécies locais.
Em seguida, rumamos de volta para a sede e nos acomodamos numa grande mesa, onde realizamos o exercício de construção de um mapa experimental, utilizando a própria mesa como base, além de cartolina, barbante, canetas piloto e postite; usando como referência o exercício de percepção de olhares realizados na caminhada, além da marcação de GPS. Essa oficina visa a elaboração dos materiais de expressão e divulgação das atividades desta comunidade quilombola no âmbito do turismo ambiental de base comunitária.
Para a realização deste trabalho, uma oficina introdutória ocorreu no mês anterior no mesmo local para familiarizar a todos com os conceitos básicos de cartografia, com uma introdução de mapas ao longo da história, conceitos de cartografia experimental, um breve histórico e exemplos das diversas aplicações de mapas em nosso cotidiano, debate sobre os interesses que levam à construção de mapas convencionais e não-convencionais, exemplos de mapas emocionais, conceituais, artísticos e criativos aplicados em coletivos comunitários, escolas públicas, etc; exemplos do uso da cartografia de modo geral (referências, dicas, observações, etc.) aplicados na divulgação de ações sustentáveis do turismo ambiental e cultural feito por comunidades tradicionais.